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Piatan Lube

Mini Biografia

O portfólio poético desse artista é uma verdadeira ode à intersecção entre a arte e diversas outras esferas da vida, como o meio ambiente, a cultura popular, a originalidade e a sociabilidade. Por meio de projetos que dialogam com a arte contemporânea e o ativismo ambiental, ele tem se destacado como um agente de mudança e transformação em sua comunidade e além dela.

Entre seus projetos mais relevantes, destacam-se o Coletivo Consciente Piapitangui, os Monumentos de Amor ao Rio Doce (SECULT-ES 2019) e o Caminho das Águas (IPHAN 2009/10), que trazem à tona questões essenciais para a preservação do meio ambiente e a consolidação de uma cultura mais sustentável. Além disso, como conselheiro de cultura do município de Viana, presidente de uma banda de congo da comunidade de Piapitangui, membro da comissão espírito-santense de folclore e pesquisador de arte contemporânea em seu doutorado na UFBA, ele tem desenvolvido uma trajetória de múltiplas conexões e engajamentos com a arte e a cultura em diversas esferas da sociedade.

Desde a infância, morando em Viana, ele tem cultivado uma relação profunda com a cultura e a arte, que se reflete em seu coração puramente rural e poético. Essa conexão com suas raízes e com o ambiente natural que o cerca se traduz em uma sensibilidade única, que transborda em cada uma de suas obras e projetos, evidenciando a importância de manter viva a relação entre a arte e as demais dimensões da vida.

O portfólio poético desse artista é uma verdadeira ode à intersecção entre a arte e diversas outras esferas da vida, como o meio ambiente, a cultura popular, a originalidade e a sociabilidade. Por meio de projetos que dialogam com a arte contemporânea e o ativismo ambiental, ele tem se destacado como um agente de mudança e transformação em sua comunidade e além dela.

Entre seus projetos mais relevantes, destacam-se o Coletivo Consciente Piapitangui, os Monumentos de Amor ao Rio Doce (SECULT-ES 2019) e o Caminho das Águas (IPHAN 2009/10), que trazem à tona questões essenciais para a preservação do meio ambiente e a consolidação de uma cultura mais sustentável. Além disso, como conselheiro de cultura do município de Viana, presidente de uma banda de congo da comunidade de Piapitangui, membro da comissão espírito-santense de folclore e pesquisador de arte contemporânea em seu doutorado na UFBA, ele tem desenvolvido uma trajetória de múltiplas conexões e engajamentos com a arte e a cultura em diversas esferas da sociedade.

Desde a infância, morando em Viana, ele tem cultivado uma relação profunda com a cultura e a arte, que se reflete em seu coração puramente rural e poético. Essa conexão com suas raízes e com o ambiente natural que o cerca se traduz em uma sensibilidade única, que transborda em cada uma de suas obras e projetos, evidenciando a importância de manter viva a relação entre a arte e as demais dimensões da vida.

SEJA: Bem-vindo
SEJA: Obras

Arte social e práticas comunitárias

Conjunto de projetos realizados pelo artista

As experiências processuais que vou apresentar são projetos que se destacam, em algum grau, pela sua sensibilidade e pela forma como instalam obras de arte em plataformas sociais. Essas práticas artísticas contemporâneas, que envolvem mobilizações comunitárias, geram novas metodologias que lidam com parâmetros colaborativos relacionais, participativos, comunitários, sociais e anti-objetuais, que são gestados pelo campo da arte. Meu percurso é apresentado aqui como matéria originária de pesquisa sobre o surgimento ou ressurgimento da cooperação e da colaboração entre artistas e usuários na criação e execução de obras de arte. Ainda há redimensionamentos a serem explorados pela pesquisa científica para enquadrar seus atributos e fundamentos, bem como outras redes de relações e vozes a serem consideradas. Um exemplo é a utilização de mapeamentos afetivos e comunitários para a configuração da obra a partir de trocas no local. Essa é uma maneira diferente de perceber o papel do artista, de entender e resignificar as funções práticas da arte. Acredito que essa construção é um processo constante de evolução, e que as terminologias não são a preocupação real de cada experiência aqui apresentada, mas sim as importâncias que surgem dentro das teorias da arte. O encantamento é o próprio movimento do percurso, e podemos observar isso nas obras de Arte Baseada em Comunidades, Arte Socialmente Engajada, Arte Colaborativa, Prática Social e outras. Estamos diante de uma postura criativa ressurgente e convidamos todos a desfrutar dessas experiências.

Caminho das águas

8ª Bienal do Mar de Vitória 2008

Com Caminho das águas, Piatan Lube dá à memória a forma discreta de uma linha contínua de um azul-claro bem vive pintada sobre o chão, com trinta centímetros de largura: os limites originais da cidade, as beiras naturais da terra e do mar. Quem hoje sabe disso? Pergunta o artista. Aterramos o mar com a mesma inevitabilidade com que sepultamos nossos heróis, nossos traidores, nossos antepassados mais anônimos, enfim, as vozes e feitos daqueles que nos precederam, tenham sido eles dignos ou não, pouco importa. Recobrimos o território, ampliamos o nosso chão, aproveitamos  a  docilidade  dos mangues  e  braços  internos  de mar  para transformá-los em calhas  funcionais, sem ao menos extrair a  lição de que  tudo isso serviu a propósitos mutáveis como o  tempo, como nós mesmos. Andamos por nossa cidade sem a consciência das outras cidades que jazem adormecidas debaixo dela.  Ignoramos  todo o enorme  trabalho despendido,  toda a carga de desejos que animou todas essas modificações sem que com isso percebamos que estamos nos condenando a sermos igualmente descartados. Aguinaldo Farias

Caminho das àguas

Arte e patrimônio 2009

Do nada ao lugar nenhum

Por Victor da Rosa


Talvez o esforço do artista Capixaba Piatan Lube - e devemos pensar mesmo em esforço (poético e intelectual, certamente, mas físico também) já que tanto em Vitória quanto em Florianópolis, duas das três ilhas-capitais do Brasil, foram quase 10 km de linha azul pintada no chão, em cada momento - talvez o esforço possa ser resumido em uma imagem: estender o nada ao lugar nenhum. "Caminho das águas", como se sabe, é uma intervenção que, através de uma marcação no chão das cidades - pode-se lembrar que linha e cor são os recursos mais elementares da história da pintura - pretende recuperar o limite onde o mar quebrava, apenas. É onde tudo começa.

O primeiro comentário diz respeito a uma leitura política; trata-se de um protesto. De fato, existe um dispositivo de intervenção política colocado em cena de modo aberto e até mesmo declarado: a ocupação. A linha invade ruas, calçadas, sobe em postes, cruza faixas de segurança, contorna bancos e objetos, ou seja: torna-se, ainda com algum silêncio, forçadamente visível.

Ao mesmo tempo - porque parece indispensável - tal ocupação é negociada com os poderes locais: um documento legal autoriza que a faixa faça um determinado trajeto e subtrai dos policiais, por exemplo, como aconteceu no sábado, 21, qualquer possibilidade de interdição. Em Vitória, a faixa foi realizada durante uma madrugada; em Florianópolis, diferente, a realização aconteceu durante dois dias de um final de semana. A imagem do artista contra a máquina, a meu ver, está repensada através de um uso pervertido de seus aparelhos.

A linha, ao rasurar o aterro, torna visível afinal justamente uma cidade que não existe mais, torna visível um desterro mesmo - o mar - já que o jogo de palavras acaba sendo inevitável; ou por outra, a linha remarca o imaginário perdido de uma paisagem. Não é aleatório que um dos interesses de Piatan seja também o de recolher e publicar depoimentos de pessoas - no caso, mais velhas - que viveram o trecho da cidade antes de ser aterrada. No célebre verso de Mallarmé, o fantasma que reaparece é azul: “Je suis hanté. L'Azur! l'Azur! l'Azur! l'Azur”

Uma das marcas de "Caminho das águas" então passa a ser o desejo da formação, ainda que provisoriamente, de uma pequena memória coletiva - o artista voltará a sua cidade, a linha irá desaparecer com a ação do tempo, mas a memória talvez seja o que há de mais material nisso tudo. Um dos cuidados da intervenção de Piatan é o de saber escutar cada cidade e as pessoas da cidade com alguma atenção.

A intervenção política, depois - que poderia ficar no lugar comum, mas não fica - consegue se equilibrar em uma forte dicção plástica, poética. "Caminho das águas" é ainda uma pintura com extrema consistência de linguagem - em campo expandido, fora do quadro, no chão, como queira, mas pintura. A pintura consegue ser concisa, simples e até modesta - vale repetir que os recursos são os mais elementares possíveis: uma linha apenas e uma cor - mas também absolutamente direta dispendiosa - foram mais de 20 pessoas realizando o trabalho durante dois dias, com mais de 20 litros de tinta para pintar quase 3 km de chão, envolvendo uma difícil e até desafiadora estrutura de direção.

Em poucas palavras, ao mesmo tempo em que a pintura ativa elementos quase imateriais, infraleves: água, linha, memória, desaparição, fantasmagoria, também deve lidar com um processo que carrega certa dificuldade: o fechamento de ruas, a sujeira das ruas, nas roupas, os galões de tinta, o peso dos objetos, hostilidades, chuva.

Depois, a pintura é realizada para que as pessoas, no momento seguinte, agora mais perto do chão, andem sobre a linha, naturalmente – é um caminho a ser feito, de fato, um percurso – e de algum modo recoloquem na encenação dos dias um novo processo de apagamento da memória. No entanto, daqui a três meses, talvez, haverá ainda um resto de azul entre as lajotas. É a este resto que damos o nome de esquecimento.

E o artista, no meio de todo processo, também deve desaparecer. Sua intervenção passa a ser um aprendizado de música. Os milhares de pessoas que passavam pelo Centro na segunda-feira - o processo de pintura acontece enquanto a cidade está deserta - sequer podiam saber do que se tratava. A cidade é um Museu; a linha olha e atravessa o outro com alguma surpresa. É como se a linha afinal recuperasse o seu silêncio. Como se tudo voltasse a ser um risco, enfim, uma rasura que logo se apaga ou não se apaga afinal.


Ensaísta, Mestrando em Literatura pela UFSC, autor de “piano e flauta – fragmentos de um romance” (2007) e organizador de “99 poemas” de Joan Brossa (2009). Mantém o blog: www.victordarosa.blogspot.com

Contato

Entre- Saudades e guerrilhas

Editais de artes visuais SECULT-ES 2011

O projeto de intervenção "Entre Saudades e Guerrilha", aprovado no edital 11 SECULT, propõe uma residência expositiva no município de Viana (ES), que evidencia processos artísticos em curso. Nessa investida poética, uma nova geologia da arte emerge, tendo em vista a presença do artista como elemento intrínseco à obra em processo. Trata-se de uma operação de prospecção que traz à tona pontos simbólicos e cartesianos do território, ativando a memória coletiva.
A paisagem escolhida para a intervenção é o Morro do entorno de Viana sede, um monumento natural que se destaca pela sua posição privilegiada e potencial poder de afetamento. A proposta é que essa intervenção seja uma verdadeira presentificação do espírito do lugar, incorporando a alma da cidade.
Além da paisagem, a intervenção se estenderá à Galeria de Arte Casarão, e envolverá toda a comunidade em uma pesquisa, mapeamento sensorial e na congregação real da edificação física. A ideia é integrar a obra à paisagem, em todos os propósitos de integração e serviços para a ocupação residencial.
A intervenção em si será uma escultura da palavra na paisagem, seguindo o movimento de desmaterialização e desestatização do site, que vai além do prazer visual e se materializa em estratégias anti-visuais, informativas, textuais, expositivas, didáticas e imateriais, como gestos, eventos e performances limitadas pelo tempo. O objetivo é provocar a acuidade crítica do espectador e resistir à mercantilização da arte no mercado de arte.
Nesse contexto, a relação específica entre a obra e seu site não está baseada na permanência física, mas no processo e na interação entre a obra e a comunidade local.

Entre em contato

Renascente

Exposição Galeria de arte casarão 2012, Viana ES.

RENASCENTE a memória da água.

 Inicio esse texto com uma lembrança de meu filho Henrique no ano de 2002, aos doze anos. Depois de uma caminhada que fazíamos diariamente pelo bairro, fomos matar a sede, e, nesse dia em especial, antes de virar o copo com o precioso líquido, ele disse em voz alta as seguintes palavras: ‘Esta água, que já foi rio, geleira, nuvem, mar e xixi de muitos bichos, agora vai para dentro de mim’. Fiquei com essa imagem como um presente, algo que, mesmo de forma ingênua, afirmava uma relação que estamos sempre esquecendo, que as diversas matérias desse planeta possuem seus ciclos, seus percursos sobre a terra, e se renovam sempre como matéria simbólica quando atentamos para o fato de que, sobre elas, o tempo age construindo, às vezes de forma irrecuperável, sua história. A memória da água, esse talvez seja o tema, a lógica de tudo o que estamos vendo à  nossa volta, as plantas que Piatan Lube propôs como ligadura entre o humano e este elemento vital como determinação de um lugar. A partir destes implantes, ao considerarmos quatros fontes, então quatro lugares, prefiro afirmar que estes se fazem compor num mesmo lugar, a fonte onde floresce a origem dessa ideia.

Tão fluido quanto água é o pensamento, que é capaz de estruturar arquiteturas dentro de uma racionalidade previsível e, ao mesmo tempo, não se manter sempre no mesmo leito, assim como um rio vai encontrando os obstáculos com os quais redesenha sempre suas margens.

Vamos recordar a guerrilha que foi o início desse projeto de residência, que tinha tão certo como meta a interferência na paisagem de Viana. Assim como um rio, as águas/pensamento foram alterando seu curso, encontrando outras vazantes. Na sala de vídeos, podemos flagrar estes instantes. Ali o processo da obra torna-se a obra em si, leito alterado, olhar deslocado da paisagem da sua forma convencional de horizonte para uma busca da intimidade de um olhar oblíquo sobre a superfície da água brotando da terra, num fluxo tão singelo, mas potente o suficiente para alterar de forma irreversível o entorno. Nessa matéria flui nossa experiência no inconsciente, recolhemos com cuidado na palma da mão uma porção dessas memórias quando encontramos com os proprietários destas terras na lida diária com esse elemento; reconfiguramos sua dimensão simbólica, agora no trato da terra na extensão desses veios, na forma de uma artéria que sustenta cada sitiante, sua fixação no lugar. Estas relações renascentes buscam dar à memória o frescor das fontes. O ciclo prossegue, e as águas encontram seus continentes dentro e fora das famílias ali reunidas; então, é o afeto que se mostra produzindo sentidos, nomina seu lugar. As plantas ainda imberbes são fixadas ao solo na esperança de que venham a fazer parte desses guardiões num futuro, protetores daquela que os alimenta numa troca favorável que envolve a memória dentro deste gesto eu te alimento, você me alimenta, numa troca incessante de fluidos.

A obra não trata do replantio destas áreas, mas do que nesta vivência transcende a função destas futuras árvores; o plantio real dá-se na troca entre os seres envolvidos na tarefa de juntos, mentalmente, construírem esta nova hidrografia sentimental, na relação com o espaço agora constituído em lugar construído no ciclo do habitar.

Júlio Tigre 2012

AQUARUM

Funarte: Marcantonio Vilaça 2012

Projeto é executado pelo coletivo duodreno: Composto por mim e por Julio Tigre.


ESTA ÁGUA QUE CORRE AQUI É A VOZ DA VOZ DA VOZ DO MEU BISAVÔ


Por PIATAN LUBE

Acessar o imaginário planetário por meio da perfuração do solo, buscar a
memória das coisas do mundo no subsolo e, ao mesmo tempo, brindar, em um
estado de comunhão, esse encontro, com a ingestão da água retirada do
poço: esse é o processo ritualístico de criação de Aquarum. Ao desfrutar da
água e de seus significados, o público experimenta um campo de vivências a
partir dos lençóis que estão sob a Galeria de Arte e Pesquisa da Ufes (GAP).


Trata-se de uma água/memória, água/arte, água/conceito, água/fenômeno,
água/mundo para ser bebida dentro do espaço expositivo de modo a negociar
com a institucionalização desse lugar por meio de sua poética. É a fonte de
vida na fonte das artes.
Em meus anseios primeiros de aspirações poéticas com a água, ela portava, de maneira mais latente, uma função escultórica, desenhou os vales, a geografia deste planeta. Mãe que, em direção ao mar, abriu-se em caminhos significantes. O território ideológico de meus trabalhos de arte é nos seus
ventres, site orientado deste trabalho, transfigurada no olhar vertical para além dos limites visíveis, tencionando e problematizando os limites da galeria de arte enquanto tradicional espaço expositivo e acionando água como fonte de encontros e experiências com lugar da arte.
A água ancestral toca a memória planetária e é oferecida para a comunhão entre o homem e o planeta através de uma obra de arte. Aqui temos uma nova orientação: capturar a memória do mundo extraí-la, fazê-la percorrer novos circuitos, submetê–la a filtragens e servi-la como espírito do lugar. O olhar de origem é quem faz aflorar este tipo de obra. Vasculhamos as entranhas da galeria de arte, no seu subterrâneo, e ativamos ali sua força vital – na gênese do território da arte. Estabelece também, uma nova cartografia ao considerar os extratos geológicos subsolo ao fazer uso da origem.
A água é o elemento com o poder do movimento e portador da vitalidade dos
seres, transpõe tempos, lugares e estados físicos. A água é o ciclo de
fertilidade do mundo. Suas qualidades físicas lhes confere a capacidade de
adaptar-se facilmente à materialidade do território no qual está inserida,
absorvendo-o, refletindo-o, multiplicando-o: a água capta o lugar.
Uma das tensões poéticas presentes em Aquarum relaciona-se com a
propriedade de reflexão molecular da água, ou seja, sua capacidade de
transmitir informações do território do qual ela passa. Ao abrir uma fonte de
água dentro da GAP, damos continuidade ao movimento cíclico desse
elemento in site, aqui apresentado como obra de arte que, ao ser ingerida
pelos visitantes da instalação expositiva usando seus movimentos e corpos,
promove um encontro de águas.
O poço semi-artesiano, cavado no subsolo, revela a memória do território – que
foi codificada por ações do tempo na matéria e que pôde ser acessada pelos
visitantes durante a exposição. Extraído por meio do bombeamento manual e
ingerido pelos frequentadores da intervenção, esse conteúdo mnemônico
converte-se no líquido da sabedoria-obra.
Com Aquarum oportunizamos um novo contato entre a arte e o espectador,
trata-se de uma radical integração ritualística, inscrita por meio da
disponibilização desse elemento sagrado para o público – aqui constituído
enquanto receptáculo e símbolo vivo de uma nova arte.
.
Assim, a obra não se finda com uma intervenção física, ela ganha continuidade
e ampliação de significado após a ingestão da água servida no espaço
expositivo. Por meio desse rito de comunhão entre afetos, Aquarum possibilitou
a vivência de uma nova orientação entre obra, espaço expositivo e espectador.
A intervenção buscou construir uma ponte entre a realidade interior e exterior,
entre o racional e irracional, entre a mente e a não mente, entre forma e a
ausência de forma. Aquarum atende ao anseio de tornar possível, de dar
visibilidade ao invisível, de trazer à superfície as problemáticas existenciais por
meio de uma inundação de memórias do lugar e de nós mesmos.

Caminho dos Afetos

Baustelle

O projeto "Caminhos de Afeto", de Piatan Lube, encerra a quinta itinerância do Projeto Baustelle em Vila Pavão, aprovado pela SECULT-ES. O trabalho do artista tem como objetivo resgatar a memória afetiva da imigração alemã e pomerana no Estado do Espírito Santo. Nesta primeira fase, será realizada uma demarcação afetiva e olfativa do traçado original da cidade. Esse traçado, que foi descoberto por meio de mapas antigos da região, será refeito com a plantação de mudas da "dama da noite", um arbusto cujas flores exalam um aroma perfumado. Essa ação de plantio será realizada em conjunto com os moradores locais e permanecerá na cidade, uma vez que as mudas crescerão e, aos poucos, modificarão a paisagem desse traçado.
A herança de Altino Luiz Lube, avô materno do artista, sua ancestralidade alemã e o cuidado com a terra e a sobrevivência de sua família são o ponto de partida para essa intervenção na cidade. O objetivo é deixar um rastro de memória através dessa ação física, mas que esteja fortemente ligada ao patrimônio afetivo do povo da região. A obra é uma colaboração comunitária, que busca envolver os moradores locais na construção da memória e identidade da cidade.

Tabebuias Cozinhas experimentais

Editais de artes visuais Secult-ES, 2013

Tabebuias – Cozinhas Experimentais

Museu e cozinha - modos de resistência

                           Gabriela Canale*


A cidade, como a conhecemos, é um modelo em colapso. Dragou os rios, cimentou a floresta, apartou comunidades, dividiu negros e brancos. A propósito do nome, Vitória é mais do que um exemplo dessas falências. Ela é uma espécie de “laboratório do neoliberalismo”, como define Rato - um dos seus artistas marginais mais geniais. Qual o papel do artista neste cenário? Do que e como existir em sua potência vital?


Por mais de um ano o artista Piatan Lube vem gestando suas respostas. Em um intenso processo de investigar a cidade e a si mesmo, Piatan descobriu seu “modo de usar” a cidade, suas redes, suas paisagens, seus sabores, suas histórias.


Em “Tabebuias – Cozinhas Experimentais” o artista quer resistir à vitória do apartheid entre humanos e natureza. Ele quer sobreviver ao cimento restituindo os laços primordiais que nos sustentam como espécie conectada à biosfera. Piatan critica o caos com a doçura de um doce de goiaba colhida no quintal. Esta é a potência do artista, celebrar a vida em sua sabedoria vegetal. E como toda celebração, a obra em questão é coletiva. Nos lembra os momentos de compartilhamento das boas colheitas, das festas em que se reparte a fartura da terra e ao mesmo tempo se agradece por seus frutos.


As goiabeiras, pitangueiras, nos ensinam sobre a resistência. Brotam entre as frestas da cidade. Crescem, frutificam, se espalham. Afirmam o verde no cinza. Tornam orgânicos os dias de metal e pó preto.


Tabebuias – Cozinhas Experimentais é um processo coletivo e constante. Iniciou com o mapeamento colaborativo das árvores frutíferas da capital, como um convite para que os moradores encontrassem suas frutas, reencontrassem suas raízes, olhassem para aquilo que floresce, vira polpa e fenece. Passou pela coleta dos frutos e pelo plantio de mudas. E para celebrar tudo isso, o artista convida todos a desfrutarem as cores, sabores e saberes das suas árvores frutíferas dentro do Museu. Assim, Piatan resignifica também este espaço sacralizado da arte, tornando-o lugar de comunhão, fluxo, (im)permanência. Nos mostra que museu é também cozinha – local de encontro.


O artista dá lugar ao espectador atento, aquele que sabe reconhecer a grandiosidade sábia dos ciclos naturais. Lembra que tudo que existe morrerá (fardo quase invisível em um tempo em que tudo tende ao eternamente jovem ou descartável – cuja morte nos é escondida). Lembra que as formas foram e são sabiamente esculpidas pelo tempo em cada fruto que brota da terra. Pode olhar para as frutas com a mesma curiosidade que reconhece a tridimensionalidade da escultura. Pode reconhecer nos vermelhos e amarelos repletos de frutose a dimensão cromática da pintura. Na comunhão dos alimentos sugere um happening, uma performance coletiva, que nos lembra que a arte e o rito nasceram juntos. Nos sugere revisitar os nossos cânones – tão eurocêntricos, tão formalistas, tão fixados em gêneros. Nos faz encostar a vida na arte, nos presenteia com a delícia deste neologismo sábio: bioarte.


Os resultados de “Tabebuias – Cozinhas Experimentais” seguem se fazendo e refazendo. Sem autoria, brotando em cada árvore plantada no processo; crescendo, livres de veneno e do agronegócio, nos galhos resilientes dos quintais, cozinhas, becos.


*Gabriela Canale é doutora em Literatura Comparada (USP) e professora de Artes Visuais na Universidade Federal da Integração Latino-americana.

Alongador de Horizonte

Prêmio Artes Visuais SEMC, Museu do pescador - Vitória, 2014

O Museu Histórico da Ilha das Caieiras Manoel dos Passos Lyriro, também conhecido como Museu do Pescador, recebeu a instalação "Alongadores de Horizontes" do artista Piatan Lube. A instalação, com uma proposta instigante, reflete sobre o olhar e o pertencimento do museu com a comunidade.
Piatan Lube convida os visitantes a refletirem sobre a relação das pessoas com a paisagem da cidade, que muitas vezes é afastada devido à agitação da vida moderna e ao modo como as pessoas circulam pela cidade. "Estamos nos tornando consumidores de paisagens, em vez de cidadãos da paisagem", afirma o artista. Essas reflexões sobre o olhar e o pertencimento são temas centrais da instalação.
Assim como em outros trabalhos do artista, "Alongadores de Horizontes" tensiona e rompe com os limites do espaço expositivo, propondo uma relação com a arte que extrapola o interior do museu. A instalação consiste em oito furos nas paredes do espaço expositivo, que convidam os visitantes a visualizar a paisagem do entorno do museu. Esses "pontos óticos" permitem um ângulo de visão de 240 graus do espaço expositivo para fora, criando novas perspectivas para a paisagem e para a comunidade local.
Para Piatan, a instalação busca provocar um estranhamento do olhar automático e reposicionar as fronteiras de uma cartografia afetiva. "Habitar um espaço é também compartilhar dessas imagens coletivas que são as paisagens. O que propomos artisticamente é reinventar a memória da paisagem e criar novas paisagens afetivas e de convívio para o imaginário da ilha", explica o artista. A instalação contou com o apoio da Charles Peixoto Internet & Design (CPID) e de Raian Lube Moreira.

Contato

Monumentos de Amor ao Rio Doce

Exposição :Deslizes monumentais e sonhos intranquilos GAP-UFES - 2017

O projeto de arte socialmente engajada do artista Piatan Lube foi pensando para tornar-se uma intervenção em quatro comunidades ribeirinhas do Rio Doce - Regência, Colatina, Linhares e Baixo Guandu. O projeto implicava participação do visitante e era composto de uma mandala feita com frutas. O visitante era convidado a escrever uma “Carta de amor ao Rio Doce” e recebia, em troca, uma fruta. Uma coleta de afetos foi colocada em prática e as cartas foram, posteriormente, enviadas as pessoas que vivem nas comunidades fluviais. 
Sonhos Intranquilos
O projeto desafia o arranjo político hegemônico, antidemocrático, economicamente determinado e controlador que artistas/ ativistas/ ambientalistas se propõem a confrontar através da potente linguagem da arte. Em tempos de desmantelamento das universidades públicas, o evento ali realizado demonstra a importância do papel crítico e inclusivo que esse espaço de educação desempenha frente a ameaça da censura e ao desafio da inserção dessas vozes nas instituições formais de arte, muitas delas mantidas pelo mesmo complexo de poder empresarial-industrial que esse projeto desafia e evidencia. A exposição e o projeto "Deslizes Monumentais e Sonhos Intranquilos" mergulha na potência da linguagem da arte ecopolítica atravessando a fronteira das Ciências Sociais e Humanas. Esse evento redirecionou a arte para um campo expandido de organização de forma a construir um imaginário político que contribui para os clamores por justiça ambiental, utilizando novas estratégias retóricas, visuais e afetivas que complexificam as posições corporativas e estatais frente as questões ambientais. Com curadoria de Yiftah Peled e Diego Kern Lopes, a exposição englobou trabalhos dos artistas Carla Borba, Diego Kern Lopes, Geovanni Lima, Joana Zylinska, Jorge Menna Barreto, Lissa Tinôco, Marcos Martins, Nattali Mireda, Piatan Lube, Rafael Pagatini, Raquel Garbelotti, Yiftah Peled e dos grupos DISSOA e ORGANON.

Monumentos de amor ao Rio Doce

SECULT-ES 2017

Ao contrário dos monumentos construídos de forma a permanecer como objetos constantes, o Monumento aqui instituído é um monumento afetivo, relacional e
que permanece inerente a memória afetiva e a identidade cultural das populações  que possuem uma íntima relação com o Rio Doce. Este projeto também faz uma crítica à ideia de monumento tradicional enquanto marco territorial rígido, uma
arte pública que nem sempre é acolhida no coração do povo. Enquanto proposta sintonizada com a arte contemporânea, Monumentos de Amor ao Rio Doce faz uso de uma materialidade da obra de arte que ousa superar qualquer tentativa
comparativa histórica da arte, dando vez a instauração do diálogo e pensamento como matéria prima da criação - práticas engajadas na partilha do processo criativo, no diálogo intuitivo, na comunhão e na coletividade.

A presente proposta se estrutura  propondo ações e pensamentos artísticos em torno do Crime ambiental colaborativos, ativistas,  desmascaradores  no  despertar  de renascimentos  participativos para gerar experiências reveladores  nas comunidades afetadas e cria-se novas narrativas de arte contemporânea relacionada a contração do crime/desastre ambiental. As linguagens entranhadas redefinem parâmetros, reposicionando fronteiras, que se encontram em constante dilema de luta contra os apartheids entre homem e o próprio homem e entre homem e natureza. O potencial da arte como espaço político e social se faz necessário quando todos os outros campos de forças estão contaminados pelo corporativismo financeiro do país. A voz ativista, de denúncia é calada sistematicamente a cada dia, e a arte é o único ponto horizontal de afloramento de outra postura políticas.

A água é o princípio da vida, o seu alimento elementar; ela é a mãe de todo ser vivo, a matrix mundi. Como seu princípio elementar, a água não só é a origem da vida, mas também a sua provedora, o que possibilita a sua manutenção; ela promove a geração e regeneração do que é vivo. Em seus ciclos hidrológicos, a água alimenta, hidrata, limpa e purifica o homem e o mundo em uma permanente renovação da vida. Seja para saciar a sede e hidratar, seja para cozinhar os alimentos, digerir ou transportar seus nutrientes pelas correntes sanguíneas do organismo, seja na regulação da temperatura pelo suor ou na expulsão das toxinas pela urina, seja para limpar o corpo ou purificar a alma, seja para lavar o céu ou irrigar a terra e o rio doce, uma bacia hidrográfica. São monumentais cada lembrança e memória deste rio. Que elucida pelo seu corpo todo o processo de civilização.


329 famílias ou 1.265 pessoas desabrigadas, 17 mortos, 2 desaparecidos, 35 cidades afetadas sendo 4 delas no  Espírito Santo. 80 espécies de peixes  habitavam a bacia do Rio Doce antes do desastre. Dentre elas, 11 estavam ameaçadas de extinção e 12 são exclusivas ao rio, 3 espécies de plantas ameaçadas, 28 espécies de anfíbios 4 espécies de répteis, de 112 a 248 espécies de aves, 35 espécies de mamíferos, 34 milhões de m³ foram lançados criminalmente no meio ambiente. Um ato de barbárie contra nossa terra e nosso povo.

Nossa resposta são milhares de vozes comunidades ribeirinhas, escritas a mão, ao sabor de umas frutas envolvidas em sentimentos profundos, hoje em mãos temos já mais 700 cartas de amor ao Rio Doce. a proposição|obra - resgata dentro de ti uma força e formosura perdida pelo rompimento da barragem – Ao passo que tantas e tantas histórias vistas nestas cartas... Algumas afloradas com ira contra a política ambiental, ou ainda, descreve a dor de não poder mais plantar sua horta e irriga-la com esta água –pratica comum à todos seus antepassados, faz vibrar a lembrança de banhos felizes, piqueniques, amor e vida – Lendas de grandes pescadores e suas infindáveis histórias- Em seu tempo, ainda inspira silencio, vergonha, tristeza e muita dor .

Sede da Banda de Congo Mestre tagiba

Projetista e coordenação do Projeto junto do mestre- Secult-ES 2017

O Espírito Santo é um grande berço de manifestações populares. Uma das manifestações que ganham cada vez mais notoriedade é o Congo. Mazôco (1993) relata que oito dias após a Páscoa acontece em Roda d’Água, área rural do município de Cariacica, uma grandiosa festa, popularmente conhecida como Carnaval de Congo e Máscaras de Roda d’Água. Essa festa é realizada no mesmo dia em que se comemora, no calendário católico, o dia de Nossa Senhora da Penha, padroeira do Estado do Espírito Santo. O Carnaval de Congo e Máscaras reúne uma multidão de pessoas tornando-se uma das maiores festas populares do Estado. Neste cenário que trabalha e vive o mestre Itagiba - Filho do mestre Gabiroba, puxador do congo de roda dágua por 50 anos, na banda de congo santa izabel, o mestre Tagibe, como popularmente é conhecido, a nove anos atráz inaugurou a banda de congo mestre Tagibe, somente com seus familiares a pedido do seu pai, que desejava uma banda de congo somente com membros de consaguinidade. A tradição do congo de raiz nesta familia é primorosa, atualmente seu filho mais velho, Alcemir Ferreira, 1º mestre da banda de congo mirim do mestre tagibe e 2º da banda do mestre Tagiba junto com seus filhos,primos,sobrinhos multiplicam esta devoção. Além do pedido do mestre Gabiroba (pai de Itagiba), outra quetsão descrita pelo mestre para a comunidade congueira era a demanda dos jovens batuqueiros. Segundo os mais jovens, quando um mais antigo esta no tambor, não pode passar até que ele queira, com isso, o mestre Tagibe pensando na multplicação  e continuidade das novas gerações fez-se nascer a referida banda. A presente proposta se sustenta desse legado da cultura popular e se estrutura nos objetivos principal de construir a tão sonhada sede do congo do mestre tagibe.

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Bioescultura comunitária

Funarte desentrarte 2019

Sejam todos bem-vindos ao processo de implementação do projeto Bioescultura Comunitária: Araçá-Oca em Viana/ES, na Estação Ferroviária de Viana. Este lugar será uma obra construída através do plantio de 600 mudas de árvores de Araçá. As direções da disposição das mudas darão formato a uma bioescultura - a aráoca - e à medida que as plantas se desenvolverem, crescerá memória, origem e criatividade comunitária. Usando uma técnica de biotrança, os galhos serão dobrados e conectados com a planta ao lado, para que todas as árvores cresçam ligadas uma à outra, tanto estrutural quanto energeticamente, metaforizando a nossa relação com o planeta como um todo. Este projeto consiste em uma intervenção artística urbana que criará uma 'Casa Viva' feita com o plantio de 600 mudas de Araçás. Com o tempo, as árvores juntas gerarão um monumento vivo, e sua utilidade será comunitária para fins culturais, tais como rodas de conversa, oficinas, piqueniques, atividades de educação ambiental e muita troca de saberes. Sejam muito bem-vindos ao processo de implementação do projeto Bioescultura Comunitária: Araçá-Oca em Viana/ES.

Banda de congo de Piapitangui

Realizações excepcionais

Na comunidade de Piapitangui, buscamos transmitir conhecimento e manter viva a tradição do Congo para as novas gerações. Nosso objetivo é promover a inclusão e multiplicar o respeito e sabedoria entre membros de outras comunidades. Acreditamos que incentivar a participação da juventude e dos mais velhos juntos no Congo é uma maneira eficaz de fortalecer nossa cultura e orgulho de nossa comunidade. Através da manifestação popular do Congo, percebemos o poder latente dos saberes e perpetuações hereditárias partilhados para toda a comunidade envolvida.
O Espírito Santo é um berço de manifestações populares, e o Congo é uma das que ganham mais notoriedade. Conhecer a história e a forma de pensar de um povo através de suas manifestações culturais é essencial para o processo de identificação cultural. Como afirmou Laraia (1999), somos herdeiros de um longo processo acumulativo que reflete o conhecimento e a experiência adquirida pelas numerosas gerações que nos antecederam.
A história da comunidade de Piapitangui remonta a períodos além da história oficial. Através da etimologia dos nomes das localidades e das aldeias, podemos ver as marcas deixadas pelos índios que aqui habitavam do troco tupí guarani. A prosperidade deste vale em tempos antigos e hoje ainda é evidenciada pelas características das águas fortes e navegáveis. Com a chegada dos Jesuítas, esse povo foi se misturando e dispersando por outros cantos do interior. Conta-se que junto com os jesuítas vieram também africanos, inaugurando nos últimos dois séculos uma nova energia e características históricas e identitárias desta terra

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Oficina de Fotopatrimonial

Execução perfeita

A presente Oficina consiste em uma rápida formação de fotografia para a educação patrimonial. Com noções básicas de fotografia e uma extensão de fortalecimento na educação e no reconhecimento patrimonial no município de Viana. A oficina se constroi  sobre o Uso da fotografia na educação patrimonial e esta  sendo ministrada pelo Mestre em Artes Visuais pelo programa de pós-graduação da Universidade Federal do Espírito Santo, Piatan Lube Moreira e contará com formação sobre a história da fotografia, educação patrimonial, noções básicas de fotografia, e seu uso na educação patrimonial. 
Patrimônios matérias, imateriais, naturais, culturais e Afetivos serão os temas abordados a partir da linguagem fotográfica. A estratégia de condução ainda conta com convidados especiais para palestrar na condução da oficina, Felipe Silva (IPHAN), Amanda Lima ( UFES) Tom Boechat (Prof UFES) Marcos Valério e Kain Azoury Vargas (Planeta terra) são convidados já confirmados. Faça Logo Sua inscrição e não perca essa oportunidade Única .
acesse  @fotoesensibilizacaopatrimonial ou pelo e-mail: fotoesensibilizacaopatrimonial@gmail.com
A oficina de Fotografia: Registros Técnicos e artísticos na sensibilização patrimonial foi aprovado no edital de Arte Integrada na Lei de Aldir Blanc do Município De Viana- ES, 2021.

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CIDADES COMESTIVEIS

POR UMA CARTOGRAFIA SENSIVEL

Um mapeamento colaborativo está reunindo pontos em que há alimentos disponíveis nas cidades, não em mercados ou doações, mas no próprio ambiente natural.

vamos compartilhar as localizações e o conhecimento de árvores frutíferas e arbustos no mapa. Vamos tornar as cidades comestíveis  visíveis. 

1. Respeite os direitos de propriedade.
2. Trate as árvores e a natureza com cuidado.
3. Compartilhe os frutos de suas descobertas.
4. Envolva-se no cuidado das árvores frutíferas.

Árvores frutíferas, plantas e outras, podem ser incluídas no mapeamento do projeto Cidades Comestíveis, idealizado pelo artista Piatan Lube, que é realizado com recursos do Fundo Estadual de Cultura (Funcultura), por meio de seleção no edital de Artes Visuais da Secretaria de Cultura do Espírito Santo (Secult), contando com apoio da Secretaria de Esporte, Turismo e Cultura de Viana (Semect) e do Instituto Federal do Espírito Santo - Campus Viana (Ifes Viana).


O município de Viana, onde Piatan reside, é o pontapé inicial desse mapeamento, que será contínuo e vai incluir a realização de cozinhas coletivas para preparar alimentos encontrados no mapeamento. Um mapa online que dá origem ao projeto está sendo feito utilizando uma plataforma já usada internacionalmente para esse tipo de registro, a Falling Fruit (https://fallingfruit.org ), que traz como slogan 'Map the urban harvest' (Mapear a colheita urbana).

"Eu me vi como um pássaro. Se eu sou um pássaro, como andaria na cidade? Eu andaria atrás das frutas. Assim, como artista, o que eu fiz foi mudar meu olhar para esse olhar de pássaro e comecei a mapear os locais onde estão as frutas", conta o idealizador do projeto.


"São pontos de multiplicação. Ali se pode tomar um suco, levar uma fruta, fazer um doce, colher de uma árvore, além de receber material informativo com instruções sobre como funciona toda a metodologia e funcionalidade do projeto e como se pode participar e colaborar. "Vamos envolvendo as pessoas e utilizando ferramentas para que o projeto seja autônomo, que possuem continuem plantando, colhendo e distribuindo alimentos como parte de uma sociabilidade e de uma forma de ver o lugar em que a gente mora, para torná-lo melhor, mais saudável e com alimentos gratuitos.


HISTÓRICO
O embrião do projeto está numa experiência realizada por Piatan Lube em 2013 chamada Tabebuias Cozinhas Experimentais, que resultou em uma instalação no Museu de Arte do Espírito Santo (MAES) no qual frutas colhidas eram levadas para o local, fazendo com que a exposição fosse uma cozinha experimental.


"A ideia inicial era realizar o plantio de árvores frutíferas na cidade, como uma intervenção urbana que a transformaria. Mas houve impedimentos por parte da prefeitura, alegando que plantar frutas poderia ocasionar alguns acidentes e a prefeitura ser responsabilizada", diz. Por isso, a solução foi mapear árvores já existentes, algo que ganhou novo impulso anos depois com o Cidades Comestíveis, que tem início em Viana mas com potencial de se expandir para outros municípios.

Piatan considera que o novo projeto permite aumentar o mapeamento, ampliar a pesquisa e também possibilitar que as cozinhas espontâneas se deem para além do espaço do museu para agora ganhar as ruas e praças.



COMO COLABORAR
Veja as dicas do Cidades Comestíveis para estimular a participação no projeto:                                   

Primeiro: Passeie pelo seu bairro, de preferência a pé, e comece a observar as árvores que compõem sua cidade: banana, acerola, cacau, abacate, manga, jaca, seriguela, cajá, araçá, goiaba, entre tantas. Vá descobrindo as frutas de sua rua e do seu entorno. Você pode encontrar algumas dicas em https://www.frutiferas.com.br/nativas-brasileiras.
Segundo: Entre no website https://fallingfruit.org/ faça seu cadastro, é simples e fácil. O site https://piatanlube.wixsite.com/website tem em seu cabeçalho um item explicando passo a passo de como marcar as árvores que você achou.
Terceiro: Acompanhe a agenda das cozinhas espontâneas por mídias sociais como o @cidades.comestiveis e pelo website https://piatanlube.wixsite.com/website.
Quarto: Faça sua colheita e compartilhe.
Quinto: Guarde as sementes e replante na cidade, assim, semente por semente, plantinha por plantinha, deixaremos nossa cidade viva e repleta de alimentos para que possamos sempre colher e compartilhar.

CALENDÁRIO DE ATIVIDADES DO PROJETO CIDADES COMESTÍVEIS
Praça do Marcílio de Noronha  - 05/03/2022 (sábado)

Rua da Escola do Bairro Primavera - 11/03/2022 (sexta-feira)

Rua da Escola Bairro universal - 18/03/2022 (sexta-feira)

Bairro Universal– 25/03/2022 - (sexta-feira)

Pracinha do posto de Saúde em Viana Sede - 02/04/2022 (sábado)

Saiba mais
SEJA: Projetos

Históricos artístico

Qualificações e experiências

Piatan Lube é mestre em artes visuais formado pelo programa de pós graduação da Universidade Federal do Espírito Santo em 2016. Foi Professor substituto na Universidade federal do Espírito Santo. Artista e pesquisador multidisciplinar, nascido em Minas Gerais, no ninho poético do barroco mineiro. Filho de restauradores conviveu com as cores das pinturas de Ataíde, as desformas e arranjos do mestre Aleijadinho. Seu olfato se acostumou aos perfumes do tempo, cheiros de cera de abelha derretida, pigmentos em pó mágicos que viravam homens e plantas. Em Piapitangui, aldeia da zona rural de Viana, do Espírito Santo, onde se criou e cresceu, pássaros orquestram as músicas das tardes e as águas desenham a paisagem. Seus projetos que se instalam no campo do real, com financiamentos de respeitados editais brasileiros (Funarte, Petrobras, Paço Imperial, IPHAN, Secult-ES), demonstram capacidade de mobilização comunitária na sua idealização, construção e execução. Aqui, nesse projeto, com capacidades técnicas por experiências geradoras de reflorestamentos, responde na função de formação e gestão de equipes, representação e chamamentos diversos nas comunidades de ação do projeto.

Piatan Lube tem uma grande experiência artística em setores diversos do campo artístico. Artista, professor, pesquisador, oficineiro, construtor, mediador... Lado a lado com o campo teórico  suas  práticas contemporâneas da arte traz experiências colaborativas e comunitárias .

"Eu tenho um grau de responsabilidade muito grande com a cultura do meu município. Pra mim, como vianense, Artista plástico, músico, poeta e conselheiro da área Patrimônio Cultural do recém-criado, Conselho de Cultura de Viana é uma honra e de uma nobre responsabilidade enorme. Temos hoje na Secretaria de Esporte, Cultura e Turismo de Viana uma gestão muito competente e com entregas nunca antes vistas ou gestadas aqui em Viana. Como conselheiro patrimonial e como pessoas da cultura do município eu acompanho as entregas, os métodos implantados, as construções artísticas de todos os fazedores de cultura do munícipio, a forma como são fomentadas as políticas públicas de nossa classe de artistas Vianense e estou muito feliz com a visibilidade que nos foi dada. Eu tenho um grau de responsabilidade enorme, pois como artista plástico estou atento a tudo que eleva o nome de Viana como, por exemplo, o ARAÇAOCA – bioescultura comunitária realizada ali na estação ferroviária de Viana, aprovado num edital de arte contemporânea nacional na fundação nacional das artes (FUNARTE 2020) trazendo atenção ao nosso município. trabalhos de relevância como o do coletivo Conscientiza Piapitangui, ou o da banda de congo de Piapitangui são atuações de grande relevância nas áreas ambientais e de cultura popular do nosso município.

Graduação em Artes, UFES

Março de 2006, novembro de 2012

Processo de contato e transformação radical em todas as condições de arte. Período de muito aprendizado e experiências,Fiz disciplinas na filosofia  letras, arquitetura e antropologia.

Mestrado em Multimídia (Lisboa) UFES

Setembro de 2013 - Agosto de 2016

Faculdade de belas artes de Lisboa.  Junto ao  programa de pós graduação de artes na UFES. Com orientação de Jose Cirilo.

Doutorado - UFBA

Janeiro de 2019 - Agosto de 2023

Atualmente estou fazendo doutorado na linha de processos criativos na Universidade Federal da Bahia.

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